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quinta-feira, 27 de novembro de 2008

À NOITE, REAL AMIGA

Sentado, solitário,
A beira de um jardim florido,
Pareço despertar de um sono,
Sem ao menos Ter dormido.
É madrugada.
O dia já se aproxima para tomar o seu lugar.
Mais um poema acabado.
Um amor terminado,
Que não vai voltar.
É fria a madrugada,
Quando se é solitário
Mais ainda quando se espera
Um chegar imaginário.
Doces sonhos,
Que eu vivi, durante a noite
Sem deitar, desperto,
Sofrendo o doce açoite
Eram açoites de amor.
Não doíam nem marcavam
Nem sequer suas reais magoas
Deixavam.
E agora, com o raiar do dia,
O sonho chega ao fim.
O fim, não: o descanso,
Pois o sonhar é eterno, para mim,.
O dia traz-me o amargo recordar da ilusão
E, com ela, toma conta de mim a ingrata solidão
Por isso o meu sonhar não tem final
Pois nunca encontrei um amigo tão leal


O sonho não me deixa sozinho, sem ninguém
Quase sempre, no meu sonhar,
Estou acompanhado de alguém,
Não sei nem seu real nome,
Mais pouco importa,
O importante é que o sonho,
Deixa sempre aberta a porta.
Porta, por onde eu escapo deste sufoco
Desta vida ingrata, que me deixa louco
A noite é que me acolhe,
Nesta fugida
Pois ela é minha companheira e,
Como eu, sofrida.
Só com a noite,
Posso sentir-me em segurança
Só com a mãe noite,
É que posso ter esperança
Ela não sufoca a minha imaginação
Ela não retrai a minha doce ilusão.
E, junto a ela,
Tendo o seu amor, como tema.
Chega ao final mais este incerto poema.


autor: Carlos Alberto Lopes
escritor@uol.com.br

A MORTE

Morrer?
Isto já não é problema,
já deixou de ser dilema,
passou a ser simples rotina,
pois morrer é o renascer para o infinito,
é ser lembrando como um mito,
é o comprimento de nossa sina.
A morte, no meu entender,
e o único meio de sobreviver,
o único meio de alcançar algo maior.
a morte, é como um descanso,
para fazermos um balanço,
afim de enfrentar algo melhor.
Para isto, estou preparado,
pois guardo sempre Deus ao meu lado,
como guia.....amigo......protetor.
e quando o dia do final, chegar,
não quero flores.......ninguém a chorar,
quero festa, alegria e muito amor.


autor: Carlos Alberto Lopes
escritor@uol.com.br

A MINHA IDEAL AMANTE

Eu ando a procura de uma paixão...
Um beijo na boca, no escuro.
Procuro, talvez, uma ilusão,
Daquelas que me obriga a pular muro.
Eu ando a procura de emoções fortes,
Daqueles que podem causar mortes.
Eu ando a procura de uma amante,
Que não seja velha e nem chocante.
Se souberem do paradeiro,
De alguém, com esta descrição,
Avisem a este brasileiro,
Que anda a procura de emoção.
Não precisa ser bonita, a coitada...
Não precisa nem ter cultura.
Eu quero, isto sim, que seja impura,
Com a honra já manchada.
Com estes requisitos preenchidos,
Os sentimentos, não serem feridos,
E poderemos viver juntinhos,
Unidos...abraçadinhos.
Quero sentir o abraço, sem o pudor,
Quero curtir o mais livre amor,
Quero liberdade de movimento,
Quero estar longe de envolvimento.
Procuro uma amante, senhores,
Que ande, rebolando as ancas,
Que não acredite em trancas,
Que não creia e nem tenha pudores.
Eu quero mesmo é uma sirigaita,
Que sente sem ter recato,
Que não peça jóia ou sapato,
E que não ligue, por não ter gaita.
Mas, senhores, eu gostaria,
Que seu nome não fosse Maria,
Por pura e real razão:
Já tive, um dia, uma amante,
Com seio e rosto provocante,
Mas que era sapatão.
Eu quero uma amante mulher,
Com tudo em cima....tinindo.
Uma rapariga, que saiba o que quer,
Que saiba curtir o que é lindo.
Não me venham com bagulho,
Pois sei fazer barulho,
Quando tentem me enganar.
Eu quero uma mulher cheirosa,
Com boa curvatura...gostosa,
Alguém que eu possa amar.
Quero sentir o perfume envolvente,
De uma sirigaita decente,
Que saiba fazer cafuné.
Eu quero sentir prazer,
Em poder lhe oferecer,
Meu amor....em pura fé.
Procurem, meus caros senhores,
Uma amante...um momento.
Sei que lhes peço horrores,
Mas será meu...o julgamento.
Mulher baixa, gorda, maneta,
Não importa como venha,
Mas que ela traga maleta,
Com tudo seu...que tenha!


autor: Carlos Alberto Lopes
escritor@uol.com.br

A LUZ SE APAGA

A luz se apaga...
O corpo apodrece...
A mente se esquece...
Só o espirito, continua.
O corpo, vira pó...
A mente, vira pó...
Os ossos, viram pó...
Mas o espirito, continua.
Diante de supremo Deus,
Não é o corpo... não é a mente...
Mas o espirito... quem fala.
Morte? O que é a morte,
Se o corpo... apodrece;
Se a mente... se esquece;
Se o espirito... continua?
Digamos que a morte,
É o final de uma sorte,
O corpo e a mente... terminam,
Mas o espirito... este continua.
Até o firmamento,
O espirito recebe aumento,
De amor... sabedoria.
E fica, para a eternidade,
Só vivendo de bondade,
Vivendo... com muita alegria.

O corpo... a mente... viram pó...
Só o espirito, é que continua.


autor: Carlos Alberto Lopes
escritor@uol.com.br

A LUZ

Uma luz, do alto, se faz presente,
Tirando a aflição do doente,
Perdoando a nós, pecadores.

Alguns dão nome, a esta luz:
Uns a chamam de Jesus,
Mas todos... são seus seguidores.

Mas de onde vem esta divindade,
Que nos transmite esta bondade,
Que nos dá, dia a dia, o perdão?

Quem sabe a resposta correta,
Não pode ser este poeta,
Que, de Jesus, é filho e irmão.


autor: Carlos Alberto Lopes
escritor@uol.com.br

" A LIBERTAÇÃO "

Ingrata vida, que possuímos
Ingrato pensar, que compartilhamos
Ingrato, amor, que sentimos
Ingrata solidao, que comunhamos

Numa noite de lua, sem vento
Olhamos tristes, o firmamento
Procurando apoio, amor, compreensão

E não encontramos nenhuma porta aberta
Para sentir de refugio a mente aberta
Que parte, em busca de emoção

O porque desta solidao, desta tristeza
Nem mesmo o poeta tem certeza
Ele só sente sem entender

Procura, no refugio de sua poesia
Algo mais do que sua própria alegria
Algo que possa permanecer

O porque de tanto esforço tanta ansiedade
É algo que não tem explicação
Por meio da pena, ele busca a sua verdade
Com a poesia, ele almeja a libertação


autor: Carlos Alberto Lopes
escritor@uol.com.br

A GRANDE HISTÓRIA

Na santa ceia,
Cristo levou sua manta,
Madalena serviu-lhe o pão.
Ao seu lado, sentou-se o pescador,
o discípulo negador,
a quem Cristo chamava irmão.
Na ponta da mesa, sentado,
estava Judas, o acusador,
que no domingo, seria enforcado,
por suas mãos de pecador.
E no monte das oliveiras,
ajoelhado no duro chão,
foram lagrimas de sangue verdadeiras,
que Jesus derramou, por seu irmão.
Mas na cruz, com a morte ao lado,
deu, ao povo, o seu perdão.
Perdoou até o cruel soldado,
que o feriu, no coração.
Três dias após ser enterrado,
estava o mestre ressuscitado,
como contavam as escrituras.
E hoje, dois mil anos passados,
somos nós, com certeza, os soldados,
que Cristão perdoa, lá nas alturas.


autor: Carlos Alberto Lopes
escritor@uol.com.br

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

A GENTE ESQUECE

Pode existir coisa mais bela,
Do que o cair da tarde, com céu aberto?
Pode existir frei, sem capela?
Pode existir camelo... sem deserto?

Pode existir fantasia, ilusão,
Se não bater no peito algo mais forte?
Pode existir vida... depressão?
Pode existir algo, além da morte?

São perguntas, indagações...
São frases, sem sentido algum...
São desabafo... deduções...
São pensares... são mais um...

O que seria do certo,
Se todos apostassem no errado?
O que seria do deserto,
Se o camelo fosse sacrificado?

Errado a grafia?
Pôr certo é o que parece...
Mas o que faço é poesia ...
A grafia?
A gente esquece.


autor: Carlos Alberto Lopes
escritor@uol.com.br

A FORÇA DA FÉ

O amar, em toda a sua excencia,
Não passa de um ato de consciência,
Que o coração, toma cargo de si.
Nada é mais profundo que o amor,
Pois só por ele, se admite a dor,
Esta dor doida, que por ti senti.

Esta dor que já foi ultrapassada,
Pois pela solidão, foi controlada,
E hoje, já faz parte da lembrança.

Lembrança que guarda meu desejo,
De recordar teu doce beijo,
Como parte de uma esperança.

Mas como pude esquecer-te assim,
Depois do que fos-tes para mim?
Fácil... bem fácil, até.

Pois quando nosso amor morreu,
Nada sobrou de meu,
Além desta minha fé.

Fé no futuro, mas recordações,
Fé que sara corações,
Fé que ajuda a esquecer.

E com a colaboração da fé,
Eu me mantive em pé,
Sem nada mais, para perder.


autor: Carlos Alberto Lopes
escritor@uol.com.br

À EX-NOIVA

Nosso amor já se acabou, é tarde para o chorar.
Não há motivos para lagrimas, triste donzela.
Nossa paixão não pode suportar,
O adiar do “sim”, na bela capela.
Hoje já é tarde, muito tarde, para o arrepender:
Não há mais paixão, a ser alimentada.
Esquecer é o melhor que temos a fazer
E seguirmos, cada um sozinho, sua jornada.
Queria receber, lhe peço, a minha felicitação,
Por tua coragem, no encarar da vida.
Receba também a minha gratidão,
Pelo beijo não me dado, na despedida.
Para ti: toda a felicidade.
É pouca coisa para te ofertar.
Dou-te, também, a minha amizade,
A certeza do meu respeitar.
Não a magoas a serem perdoadas,
Nem ofensas, por serem sentidas.
Há apenas o renascer de novas madrugadas,
E o reviver de noites, mal dormidas.
Não há perguntas, a serem respondidas.
Nem erros, a serem perdoados.
Há apenas o viver de nossas vidas
Há apenas o lamentar.....mas separados
Não guardo rancores nem magoas, sem valor,
Guardo apenas as lembranças do passado.
No meu pensar, morreu o nosso amor,


E foi bem fundo, no coração, enterrado.
Não há o porque de um recomeçar,
Pois nada restou: esta é a verdade.
Mas não devemos nos lastimar,
Pois ainda nos resta nossa amizade.
Adeus. É tudo que há para dizer.
Nada mais resta....tenho a certeza.
Esquecer .É o melhor a fazer,
Com a cabeça erguida, com real nobreza.


autor: Carlos Alberto Lopes
escritor@uol.com.br

A ETERNIDADE POR MEIO DA RECORDAÇÃO

No homem, seu escudo é a sua mente.
Com ela, tudo ele pode conseguir.
Pode se tornar inconseqüente,
Pode até, da solidão fugir.
O homem não pode, a si mesmo, negar,
Sem ter uma sólida razão.
E não há nada que o possa barrar,
No cumprimento da sua missão.
O homem consegue,
Mesmo sendo-lhe tudo negado.
E seu caminho, mesmo com atropelos, seguir,
E não há porque dele ser barrado.
Sua mente, é seu escudo forte,
Para conquistar seu ideal.
Ele sabe que seu fim ,é a morte,
Mas procura tornar-se imortal.
E, de certa forma, ele consegue,
Por meio da memória deixada,
Pois não há ninguém que negue,
Que existe o recordar de sua amada.
E pôr meio desta afirmação,
O homem, ao próprio tempo, domina,
Pois de, permanece recordação,
Permanece uma linha...
de ligamento... eterna e fina.
Mas, mesmo fina, há resistência,
Há o que fica em nossa consciência,
Algo incerto, que não podemos evitar.


autor: Carlos Alberto Lopes
escritor@uol.com.br

A ESPERADA

A morte, esta bendita senhora,
Que nos procura, sem marcar hora,
Que sempre nos pega, sem prevenir.
Companheira dos desafortunados,
Inimiga dos apaixonados,
Senhora com a qual, não podemos competir.

Mas, a mim, ela não mete medo,
Pois sei que a encontrarei cedo,
Numa noite de puro luar.
Confio no além morte,
Que morre é quem ganha sorte,
De, na vida eterna, continuar.

A vida, quando a recebemos,
É porque a merecemos,
Mas eterna, ninguém a tem.
Ela tem data marcada,
Para ser, pelos céus, resgatada,
E a morte, neste dia, vem.

Vem como que cobrar,
A divida, que temos que resgatar,
Como prova de gratidão.
E cada momento vivido,
Deve ser, deveras, sentido,
Como penitencia, como opção.



Pois, ao nascer, recebemos,
Aquilo que merecemos;
O mundo, a injustiça, a dor.
Devemos nos conformar,
E procurar aprimorar,
Aquilo que chamamos amor.

Pois quando chegar o dia,
Iremos, sem companhia,
Prestar contas, ser analisado.
Cada erro, que cometemos,
Por ele, nós respondemos,
Ao poder santificado.

Tudo conta, na balança,
Desde os tempos de criança,
Cada ato, cada pensamento.
Se merecemos o perdão,
O recebemos, sem distinção,
De raça, cor ou sentimento.

Mas se algo faltar para a pureza,
Nos será negado a beleza,
Do paraíso de Adão.
Voltaremos para pagar,
O que voltar para completar,
No todo, nossa missão.


autor: Carlos Alberto Lopes
escritor@uol.com.br

A ESCOLA

Saudade, coisa danada,
Que me vem, sempre á mente ,
Me acordando, de madrugada,
Me trazendo lembranças de minha gente.

Lembro de minha mocidade,
Do meu bando escolar,
Da senhora, da meia idade,
Se esforçando, a me ensinar.

Lembro da velha escovinha,
Nos fundos do hospital,
Do velho ônibus, da menininha,
Tempinho bom... não há igual.

A nossa Senhora de Barro,
Colocada no jardim,
Fazem-me lembrar do passado,
Influindo no meu presente.

Hoje, tudo é só lembrança,
Dos tempos de criança,
Nos bancos, á estudar.
Mas naquela escola, aprendi,
Tudo que sei e consegui,
Aprendi a viver e a amar.

Pensando assim , rendo graças,
Subo aos bancos das praças,
Faço discursos, se necessário for,
Só querendo que a velha escola,
De quem me lembro, nesta hora,
Receba de volta o meu amor.


autor: Carlos Alberto Lopes
escritor@uol.com.br

A CONCIÊNCIA CULPA-ME

“Gostaria de voltar a amar, como fazia antigamente,
de enfrentar este mundo, que me olha indiferente,
de encarar a vida, com real objetivo,
de tentar ser feliz....por um bom motivo.
Calado estou, sem falar, sem reclamar,
Sem ter alguém, com quem dialogar...
Tendo um passado, que procuro esquecer,
Guardando uma lembrança, que não posso perder.
Gostaria de ter a coragem necessária,
Para suportar esta solidão involuntária.
Uma solidão, que não sei como suportar,
Sem ter, no coração, alguém a quem possa amar.
Sinto que cada vez se torna mais sufocante,
Esta minha solidão tão ultrajante,
E sem amor, que já tive e já perdi,
Nem mesmo sei explicar como sobrevivi.
Acho que devo esta minha sobrevivência,
Ao modo como encaro a consciência.
Uma consciência, que me fez perder o amor,
E que hoje me culpa....por minha dor.”


autor: Carlos Alberto Lopes
escritor@uol.com.br

À ALQUEM

( bolado para uma amiga, que gostaria que não, Permanecesse, como permanece, somente amiga)




Quando, pela primeira vez, a vi,
Confesso: algo senti.
Não posso agora te explicar,
Mas comecei a pensar,
Nos momentos meus... já passados,
Em meus amores... terminados...
E tudo isto, misturado,
Me fez ficar meio drogado.
Não sei se foi o vinho quente,
Ou se foi meu coração carente,
Mas algo novo aconteceu,
E eu me senti, por dentro, mais eu.
Talvez eu não tenha o direito,
De um dia te-la, junto ao meu peito,
Num abraço apertado,
Como amante... ou namorado,
Mas gostaria de ter sua amizade,
Sem magoas... sem falsidade.
Quero ser seu amigo sincero...
É isto... é isto que quero.
Se a oportunidade surgir,
Não a deixarei fugir...
Serei leal... sombrio,
Saberei, carinhosamente, quebrar o frio,
E meu amor será constante...
Confiante... penetrante...
Sem nada, a controla-la...
Sem ninguém, para segura-la...
Sem ciúmes incontroláveis,
Sem cenas deploráveis...
Com fé na pessoa humana:
Corpo são em mente sana...
Nada poderá impedir,
De meu amor tentar existir,
Mas se ela não for encontrada,
Do verás... não ficarei magoado,
Pois terei tua amizade,
E ela será realidade.


autor: Carlos Alberto Lopes
escritor@uol.com.br